Folheando...

É sempre bom não deixar esmaecer imagens, escritos, que marcaram épocas,que fizeram parte da nossa vida e portanto contém uma riqueza...Por conta disso quero arquivar fatos, poesias, fotos , folheando um passado que apresente beleza,harmonia,fazendo descansar a nossa vista e percepção...

28.6.06

Tudo passa...


E as nuvens foram passando com o soprar do vento...
...E o dia foi se acabando com o morrer do sol...
...E os minutos, as horas, os momentos foram correndo e no tempo se perdendo...
...E passaram as alegrias eufóricas, os amores que nem chegaram a existir...
...E passaram as lágrimas que pareciam jamais secar...Passaram as ilusões, os sonhos, as paixões, as dúvidas, os rancores, os males, os amores que chegaram a nascer para logo morrer...
...Tudo foi passando...Tudo me levando...
...Uma coisa restou; linda, fascinante, incrivelmente bela,encantadora...Não nasceu por ter sempre existido...Não morreu por ser inabalável...Dá sentido a tudo, e tudo transforma: o Amor.


( Célia Cavalcanti ) 17/01/1981

Perdas e ganhos...


A vida é feita de perdas e ganhos que se entrelaçam na maioria das vezes de tal forma que chegamos a perguntar o que realmente é ganhar, o que realmente é perder...
(Célia Cavalcanti ) 13/04/2006

23.6.06

O que restou...


...E quando da morte fez-se a vida
Do pranto, a alegria...
Da mágoa, o perdão:
A noite se fez dia...
...E quando viver teve sentido
O apelo teve ouvido
O amor se fez presente:
A dor se fez ausente...
...E quando tudo enfim era harmonia
O belo, a cada instante renascia;
O sonho se acabou.
O amor se foi aos poucos, dia a dia...
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...E quando só, sem ter onde pousar as mãos,
Sem mais saber onde firmar os pés,
Em frente, me encontrei com a solidão,
Senti que, mesmo assim valeu a pena.
Restou-me uma lembrança eterna do amigo.
Restou-me uma saudade atroz que em mim abrigo.

Célia Cavalcanti - abril de 1989

20.6.06

Mudança de estação

Faz frio, o inverno está chegando.
É tarde, o silêncio da noite me acompanha... Lá fora um carro passa, uma criança chora... Gotas de chuva caem sucessivamente...
O relógio continua o seu trabalho marcando o tempo no mesmo compasso sem monotonia, pois nunca se repete o momento e o hoje, jamais irá voltar... Lá longe algum barulho quebra o silencioso vazio...Os cães latem conversando entre eles enquanto eu dialogo com a saudade...

Fora, o inverno está chegando...Dentro, ele vigora.
Sei que um dia, o frio cederá lugar ao calor. O sol voltará a brilhar... Fora já não será mais inverno... E dentro?...
... Música suave e dolente embala essa noite...


( Célia Cavalcanti ) 26/05/1989

16.6.06

Abrindo o album...

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Tu, que da vida nada consideras,
Deixa que eu diga, aqui, filha querida,
Que o tempo -marcador de todas eras-
Seguindo passa a estrada indefinida...

Ele não pára, nós é que paramos
Indecisos, a sós, desprevenidos
Quando da vida os sonhos bons sonhamos...

Não volta o tempo - nós é que voltamos
Cansados de viver, desiludidos
Ele não fica, nós é que ficamos...

Falira
( pseudônimo da poetisa Josefa Lira Cavalcanti ) Poema dedicado à filha primogênita -Lourdinha - hoje Ir. Cáritas
20 / 05/ 1949 Recife- Pe

14.6.06

Como é possível ?


Quando vejo um pintor transformar seu pensamento em cores, quando o duro mármore se torna um leve manto caído aos pés da Pietá, quando dedos mágicos executam sinfonias que perduram, quando vejo corridas, saltos, acrobacias, rapidez e elasticidade desses grandes e eternos seres, eu me pergunto: como é possivel?
São humanos como eu !... Respiram, dormem,andam, se alimentam, como eu...Como pode?...
Dentro deles porém existe um coração cheio de garra, de vontade, de esforço, de determinação, de luta e de certeza de chegar !!!

Célia Cavalcanti - ano 2000